Na Roménia:
Dia 2 de dezembro de 2024, os resultados da primeira volta das eleições presidenciais da Roménia foram confirmados após uma recontagem de votos, solidificando a vitória de Călin Georgescu.
Dia 6 de dezembro de 2024, o Tribunal Constitucional da Roménia anulou os resultados da primeira volta das eleições presidenciais devido a alegadas provas de interferência estatal russa nas eleições. Esta decisão foi tomada após relatos de campanhas de influência nas redes sociais, especialmente no TikTok, em apoio a Georgescu.
Georgescu recorreu internamente na Roménia e também para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (CEDH) em Estrasburgo no dia 2 de Janeiro de 2025. Ainda não há decisão.
Caso Georgescu seja autorizado a concorrer na segunda volta, marcada para 4 de Maio de 2025, o seu opositor será Elena Lasconi de um partido liberal pró-NATO.
Georgescu opõe-se fortemente ao reforço da presença da NATO em território romeno, e rejeita a construção já decidida da maior base da NATO do Mundo na Roménia. Argumenta que essa base incentivará a exposição da Roménia a conflitos, e que tal facto é negativo para a Roménia que deverá permanecer o mais neutral possível.
Na Alemanha:
Antecipação das Eleições: Após a queda do governo liderado por Olaf Scholz devido a uma moção de desconfiança, eleições antecipadas foram convocadas para o dia 23 de fevereiro de 2025. Esta dissolução do governo foi precipitada por profundas divergências económicas entre os partidos da coligação "semáforo" (SPD, FDP, e Verdes), especialmente após a demissão do Ministro das Finanças, Christian Lindner, do FDP.
A AfD (Alternativa para a Alemanha) tem vindo a ganhar significativo apoio, aparecendo em segundo lugar nas sondagens com aproximadamente 20%. A nomeação de Alice Weidel como candidata a chanceler gerou polêmica e protestos por parte do centro e da esquerda.
No X, Elon Musk manifestou apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD) de várias maneiras, gerando controvérsia e reações significativas na Alemanha e internacionalmente.
Thierry Breton, ex-Comissário Europeu para o Mercado Interno, listou possíveis ações se a AfD ganhar. Sugeriu que se a AfD vencer as eleições, a União Europeia poderá tomar medidas para garantir que “as leis da UE” sejam respeitadas. Citou o exemplo da Romênia, onde as eleições foram anuladas devido a suposta interferência externa, insinuando que medidas semelhantes poderiam ser aplicadas na Alemanha se necessário.
Breton afirmou: "Fizemos isso na Romênia e teremos que fazer, obviamente, se for necessário, na Alemanha", indicando que a UE poderá intervir para evitar ou anular os resultados das eleições se esses forem considerados comprometidos por interferência externa ou manipulação de conteúdos.
Interferência reversa:
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, demonstrou um forte apoio a Joe Biden. Apelidou Biden de "amigo" da Europa e elogiou a parceria entre a UE e os EUA sob sua administração. Em várias ocasiões, destacou a cooperação com Biden em questões como a guerra na Ucrânia, o combate às alterações climáticas e a recuperação económica pós-Covid. Durante a reeleição de Biden, von der Leyen expressou esperança de continuar a trabalhar com ele, destacando a importância de uma forte parceria transatlântica para enfrentar desafios globais.
Von der Leyen criticou Donald Trump de vários modos. Expressou preocupação com o estilo de liderança de Trump e suas políticas que, segundo ela, poderão fragmentar a ordem internacional baseada em regras. Durante a presidência de Trump, von der Leyen referiu-se ao período como "tumultuosos anos de Trump", enfatizando a importância de um retorno a relações estáveis com os EUA. Também criticou a abordagem de Trump em relação à NATO, à cooperação climática e ao comércio internacional, sugerindo que a política de Trump era mais divisiva.
O governo britânico, liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, enviou uma delegação aos EUA com o objetivo de apoiar a reeleição de Joe Biden. Esta delegação incluiu figuras proeminentes como David Lammy, o Secretário de Estado das Relações Exteriores, e outros membros do gabinete. A intenção era reforçar a parceria entre o Reino Unido e os EUA, destacando a importância de um presidente como Biden para continuar avançando em áreas como segurança, comércio e cooperação em questões globais como a mudança climática.
Globalização e Interferência:
Num Mundo interligado pela comunicação à velocidade da luz, onde, como Edward Lorenz dizia em 1972: "O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas", evitar “interferências” parece obviamente impossível. Ainda mais com a liberdade de expressão nas redes sociais ocidentais que potenciam os efeitos de conexão entre povos anteriormente remotos.
Liberdade de expressão essa, que não está garantida. A Comissão Europeia produziu o Digital Services Act, que criou o cargo de "Coordenador de Serviços Digitais" (estabelecido em Portugal na Anacom), e a moderação de conteúdos (vulgo “lápis azul”) apenas não é mais reforçada na Europa porque as principais plataformas são americanas e nesse país a Primeira Emenda da Constituição garante a Liberdade de Expressão:
"O Congresso não fará nenhuma lei com respeito à instituição de uma religião, ou proibindo o seu livre exercício; ou restringindo a liberdade de expressão, ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de solicitar ao Governo a reparação de queixas."
Entretanto, em Portugal, Inês Pedrosa, escritora, jornalista, activista política, e notável apoiante pública do Partido Socialista, afirmou em entrevista à televisão:
“São boas perguntas, mas eu acho que para haver mais democracia, as redes têm de facto de mandar calar os seus utilizadores”.
- Isto está complicado.
João Pereira da Silva
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Pois. Ditadura…”do bem”! O pessoal do “amor” é tão fofinho!!