De Vladivostok a Lisboa!!!
ou "Como eu aprendi a deixar de me preocupar e a apreciar as bombas"
Confesso que durante muito tempo não me convenceu o argumento dos nossos Gloriosos Líderes da União Europeia (nomeadamente os que não foram eleitos directamente, como a Úrsula e o Costa), de que a Ucrânia era apenas o primeiro passo na caminhada Imperialista de “Putin, o Hitler do Século XXIᵀᴹ”.
No entanto, recentemente apercebi-me de algo que veio mudar totalmente a minha perspectiva sobre esta questão. E quando me apercebi, fiquei com medo. Muito medo. Com tanto medo que quase decidi colocar uma bandeirinha ucraniana no meu perfil do X, a ver se com isso consigo ajudar os bravos soldados ucranianos que lutam pela nossa democracia.
Falo das manicures russas, obviamente.
Alguém reparou a quantidade de lojas de manicuras, esteticistas russas que existem em Portugal? Apenas as lojas de pastéis de nata estão à frente, e até as lojas dos típicos pastéis de bacalhau com queijo já são notoriamente menos que os salões de beleza com referências à Mãe Rússia.
Desde a “Beleza de São Petersburgo” até às “Unhas Siberianas”, passando pelas “Unhas do Putin”, em Portugal já ninguém arranja as unhas ou as sobrancelhas sem utilizar os serviços de uma asilada política russa, em Portugal depois de ter decidido abandonar a Rússia de Putin (o Hitler do Século XXIᵀᴹ), provavelmente depois do escândalo das máquinas de lavar.
Sabemos todos que, para conseguir semicondutores para os seus mísseis, “Putin (o Hitler do Século XXIᵀᴹ) teve que mandar confiscar todas as máquinas de lavar roupa na Rússia, e isso obviamente fez com que muitas mulheres russas tivessem ficado desiludidas com o país. Lavar roupa à mão com -40ºC não é para todos, em Lisboa o clima é ameno, e como país conservador que somos, as clientes não inventam muitas cores para as unhas, o que torna a operação de manicure bastante mais eficiente.

Daí que após a debacle da Lei Russa das Máquinas de Lavar, milhares de mulheres russas alugaram dezenas de vôos charters, e vieram para Portugal, abrir vários novos pequenos negócios de manicure e estética feminina.
Como sabem, a economia russa está completamente colapsada. Ao fim de 16 pacotes de sanções europeias, a catástrofe está iminente. Aliás, segundo a nossa Gloriosa Líder Úrsula, logo desde o primeiro pacote de sanções que a catástrofe está iminente. Apenas Putin (o Hitler do Século XXIᵀᴹ) tem tido sorte e ja conseguiu sobreviver a mais 15 pacotes, depois do primeiro. Mas o colapso está para cada vez mais iminente.
E o que mais contribui para esse colapso, mais ainda que os 16 pacotes de sanções? O negócio perdido, claro. Os impostos que o Leviatã russo não cobra sobre as unhas de gel, e sobre as depilações brasileiras. E acreditem, há muito dinheiro a escapar à máquina fiscal de Putin (o Hitler do Século XXIᵀᴹ). E todo esse dinheirinho poderia financiar a compra de mais máquinas de lavar roupa, e assim conseguir fazer mais um ou dois misseis Kinzhal (alegadamente, uma máquina de lavar roupa específica, a Hotpoint Ariston tem equipamentos electrónicos suficientes para dois mísseis Kinzhal, ao contrário das máquinas Bosch, que apenas têm um controlador para um míssil).
Os Governos irão sempre tentar roubar mais, e estão sempre dispostos a arrasar um continente inteiro, para perseguir contribuintes que estejam a fugir ao fisco, neste caso as pedicures russas.
E é isto que me faz acreditar que os nossos Gloriosos Líderes (os não eleitos, a Úrsula e o Costa) têm toda a razão: os ucranianos estão a lutar pela nossa democracia, protegendo os pequenos negócios das imigrantes russas em Lisboa. Além disso, existem rumores que estas imigrantes estão também a albergar alguns dos homens ucranianos que conseguiram fugir à guerra fazendo-se passar por mulher, e que têm que manter o seu disfarce, mesmo em Lisboa, para não serem repatriados. Para estas empresárias russas, não existe rivalidade entre a Rússia e a Ucrânia, e estão dispostas a ajudar os outros povos eslavos.

É urgente parar esta invasão, esta agressão, e lamento durante tanto tempo ter estado cego às evidências. Putin é o Hitler do século XXIᵀᴹ e pretende conquistar toda a Europa, até Lisboa (não tenho a certeza se pretende avançar até Sagres ou mesmo até à Zambujeira do Mar, visto que são localidades bastante ventosas).
Os nossos Gloriosos Líderes (os não eleitos) irão continuar, certamente, a criar ainda mais pacotes de sanções à Rússia, mas daqui ao pacote número 87 ainda vai certamente demorar tempo, e Putin (o Hitler do século XXIᵀᴹ) poderá continuar a ter “sorte”, e a avançar pela Ucrânia.
E assim que conquistar a Ucrânia, é rápido: a seguir é a Roménia, a Hungria, Croácia, Eslovénia, Itália, França, Andorra e Espanha. Se não decidirem vir de comboio, porque teriam que mudar de carruagem por causa da bitola, estão cá em pouco mais que dois dias, que as estradas são boas e grátis.
Mesmo que parem na fronteira portuguesa para pagar a Via Verde antecipada, isso não os vai impedir de vir jantar ali por Santa Iria, para depois atacar Lisboa de madrugada.
Assim, o que podemos esperar? Quem nos pode salvar? Macron tem bombas nucleares, e eu entretanto aprendi a gostar de bombas. Mas tendo estado recentemente em Portugal, e sido recebido pelo Presidente de Sousa, e tendo demonstrado tanto afecto masculino com o Presidente, será que a sua elegante e sofisticada esposa não irá desconfiar ou sentir ciúmes se ele quiser agora disparar as suas armas nucleares para ajudar o “mon ami” português? Um beijo ainda vá, mas andar a demonstrar poder de fogo de armas tão fálicas entre homens pode bem ser razão para divórcio ou para discussões conjugais.
Na minha opinião, a melhor solução para qualquer problema é a que os nossos Gloriosos Líderes (os não eleitos, Úrsula e Costa) já vieram apresentar. Dinheiro, muito dinheiro, a ser distribuído por eles (cobrando uma pequena comissão) aos vários Estados (que cobrarão uma pequena comissão), que depois o distribuirão aos seus Organismos Oficiais (que cobrarão uma comissão), que depois será canalizado para as indústrias de material de guerra (há poucas na Europa, portanto não vai ser difícil encontrá-las), para produzir muito material de guerra (que eventualmente será vendido com margens altíssimas, mas a verdade é que não há grande mercado para tanques de assalto com proteções de titânio na Europa), material esse que será depois enviado para as Forças Armadas de cada país, onde estarão os melhores jovens desses países, que provavelmente poderiam estar na Universidade a ter aulas de Ideologia de Género, ou Teatro, e em vez disso irão aprender a limpar armas.
Claro, estes fundos terão que ser pagos por alguém, e o ideal seria mesmo retirar o dinheiro já das contas de capitalização da Segurança Social, para garantir que o dinheiro entra na economia. Se faltar dinheiro para pagar pensões, depois logo se vê, ou podemos sempre imprimir mais.
O que é importante é garantir que Putin não vem para Portugal. Se para isso tiverem que morrer alguns (poucos, segundo dizem) ucranianos, que seja. Se tivermos que mobilizar jovens portugueses, também não há problema. O mais certo é que não morram, porque os ucranianos farão o seu trabalho e vão aguentar heroicamente as linhas de defesa.
Além disso, os nossos Gloriosos Líderes já garantiram, há uns anos, durante a pandemia, que ninguém iria morrer com Covid. Estão sempre a pensar no nosso bem estar. E pagaram os subsídios a toda a gente, e toda a gente viu as suas séries preferidas de Netflix. Portanto, eu sei que os nossos Gloriosos Líderes (os eleitos e até os não eleitos), não nos vão falhar de novo.
Se nunca falharam e nunca nos enganaram (*), porque iriam falhar ou enganar agora?
Bruno Garcia
(*) Considero que nunca me enganaram, se exceptuar a pandemia, as vacinas, a eficácia das máscaras, a mortalidade do Covid, as alterações climáticas, a razão para a inflação, a nacionalização da TAP, os 15 primeiros pacotes de sanções à Rússia, a alteração energética, a força do Euro, o maior progresso com o alargamento da UE, e a saúde da indústria europeia. Obviamente, também considero que a Ursula possa ter enganado os alemães com os contratos enquanto Ministra da Defesa, bem como todos os europeus com o negócio das vacinas. Mas tirando isso, continuo a achar que é de confiança.