ESTADO, o proxeneta do “livre-mercado”
No passado dia 6 de Julho, o presidente de El Salvador Bukele proferiu o seguinte discurso:
“El libre mercado es un sistema en el cual los precios de bienes y servicios son regulados por la oferta y la demanda, y la competencia impulsa la mejora de la calidad y la reducción de precios. Pero actividades como la formación de cárteles, la evasión de impuestos, el soborno y el contrabando son delitos que deben ser castigados, ya que distorsionan el funcionamiento del mercado. A todos los importadores, mayoristas, distribuidores y comercializadores: Bajen los precios de la comida o habrá problemas.”
À primeira vista parece que estamos perante um discurso que visa a justiça social dando razão à existência do Estado como elemento regulador do mercado. Ainda mais à frente, no seu discurso, Bukele fala de preço justo (seja lá o que isso for), dando a entender que os produtos são valorizados pelo incremento do trabalho (visão Marxista), quando na realidade o preço justo é quanto o consumidor estiver disponível para pagar pelo produto (dar valor ao produto). Se não fosse assim, então porque comprar um Cartier e não um Swatch?
A primeira frase do discurso Bukele até parece liberal, defensor da ideia libertária da sociedade de livre-mercado, mas logo de seguida diz totalmente o seu contrário. Diz que quem define o mercado é o Estado e só ele é que pode determinar as regras.
Ataca os cartéis, mas estes só existem se não existir livre concorrência. Se há cartelização nos negócios é porque certamente há limitações impostas para que outros potenciais concorrentes não entrem. A cartelização é típica de negócios onde o Estado limita os seus actores. Vejam o caso das telecomunicações em Portugal, onde para se poder estar no mercado é necessário uma licença. Ora as 4 empresas existentes sabem que podem distribuir os clientes entre si, definir preços, campanhas, fidelizações, etc, pois sabem que nenhum concorrente mais entra.
Bukele, fala em subornos junto das entidades fiscais, evasão de impostos, contrabando. Ora todas estas medidas que os comerciantes tomam, não é para enganar o consumidor, mas sim o seu contrário. Se Bukele quer os preços baixos, como os alcançar se há impostos a inflacionar o preço, se há taxas aduaneiras a inflaccionar o preço, se há burocratas a bloquear a entrada de nova oferta, permitindo a que também, por essa menos oferta, os preços não desçam?
Não são os comerciantes que distorcem os preços e os mercados, são os governos que o fazem. São os governos que dão prioridade aos amigos ou aos lobies, protegendo-os nos seus cartéis, são os governos que inflaccionam os preços e baixam a oferta.
Se efectivamente queremos que os consumidores tenham a melhor oferta ao melhor preço, a melhor qualidade, as melhores garantias, não entreguem essa responsabilidade aos governos, deixem que sejamos nós, os consumidores a decidir que produto vamos rejeitar, que fornecedores vamos acarinhar.
É uma falácia promover um estado regulador, pois somos todos adultos e sabemos o que escolher. Um mercado regulado pelo Estado é uma fonte do mal: da corrupção, dos amiguismos, da prepotência e principalmente pela baixa de qualidade, menor quantidade de produtos no mercado consequentemente por preços mais altos.
O Estado representa o comércio o que um “chulo” representa para a prostituta. O Estado é o PROXENETA.
António Xavier
https://x.com/CantodoKant
Este artigo deveria ser enviado ao Bukele. Pode ser que lhe abra os olhos. Parabéns ao seu autor.