Juventude Amorfa ou Juventude Activa
1974; revolução dos Cravos; na rua a gritar liberdade, composição escrita sobre os fascistas.
1975; PREC, ajudar gentes do CDS a fugir pelos fundo do teatro cercado pelos comunistas; estar em comícios da FEC-ML (actual BE) a ouvir José Mário Branco, para perceber quando iam em manifestação destruir sedes do PSD e do CDS; correr a avisar esse momento junto da sede do CDS (foi essa a opção); idas a Braga e Famalicão destruir as sedes do PCP; comícios nos Aliados de apoio ao Pires Veloso (comunistas não passarão); concurso de desenho com aviões a lançar bombas em quartel, revivendo o 11 de Maio ou o 25 de Novembro, não me lembro.
1976; ir com o meu avô e avó às mesas de votos, um “olheiro” comunista inventa que a minha avó fazia propaganda política e anulam-lhe o voto.
1977 e 1978; os estudos ocuparam o meu tempo
1979; Primeiras eleições com vitória da AD; frente de jovens activistas de segurança em comícios e manifestações; assalto ao Café Mourão para bater nuns comunistas que fugiram após arremessarem pedras para a manifestação da AD no Toural; segurança no comício em Vizela. Comício nas Antas, no Palácio Cristal; sessões de esclarecimento pelas freguesias.
Dos 10 aos 15 anos, estas são as minhas memórias de activismo político.
Sei que fomos todos empurrados para a política muito cedo, os tempos assim o exigiam. Mas e agora quem os empurram?
Hoje diz-se que os jovens são instrumentalizados para acreditar somente no Estado, que jovens não são políticos, que só vencem os partidos que conseguem estar dentro das escolas (organizações estudantis), que os jovens não têm estrutura política nem filosófica, que os jovens são consumistas, que os jovens só veem o presente o imediato.
Será mesmo assim?
Hoje, pelas 22h, no podcast “Golpe de Estado” o podcast libertário estará à conversa com o José Parreira e com o Nuno Nunes para entender como é que os jovens vivem a política e como poderão os libertários transmitir as suas ideias junto desta faixa etária.