O Estado é um mal necessário
É imprescindível ser financiado através de impostos
O Estado, como o conhecemos atualmente, tem pouco mais de duzentos anos. Foi instituído por revolta contra os sistemas absolutistas de governo que o precederam — pensemos na guerra de independência dos EUA e na revolução francesa.
Na ausência de um Estado forte que assegure a segurança interna e externa e a administração da justiça, o poder cai nas mãos dos senhores da guerra (warlords), que não respeitam quaisquer direitos e que se combatem ferozmente entre si — é a guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes).
Citando Hobbes: na ausência de uma autoridade central a vida é "solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta".
O Estado representa essa autoridade, que se rege por um contrato que reconhece a soberania da população. É evidente, porém, que a necessidade de uma autoridade central resulta de um MAL e é um MAL em si, mas é um MAL necessário.
Os pais fundadores dos EUA reconheceram esta realidade e criaram um sistema constitucional de divisão de poderes e de “checks and balances” para travar a corrupção do poder.
Resultou?
Durante 200 anos afigura-se que sim, mas neste milénio o “Deep Sate” agarrou a rédeas do poder e o futuro da república está ameaçado. Este facto parece dar razão aos anarquistas e anarco-capitalistas que sonham com a destruição do Estado.
Temos porém de manter a cabeça fria e pensar nas alternativas: a lei da selva, por enquanto, seria pior.
Se aceitarmos a necessidade do Estado, é necessário financiá-lo e os impostos são a única via. Contribuições voluntárias acabariam por destruir o Estado.
Figuras como Ayn Rand e Mises foram muito explícitas a este respeito: o próprio sistema capitalista depende da existência de um Estado forte, que garanta a propriedade privada. Forte, mas não gordo!
A democracia liberal e capitalista, considerada por Fukuyama como o Fim da História, tem mais cores do que o arco-íris. O libertarianismo oferece uma visão da democracia liberal apoiada num estado mínimo — minarquismo. Não é uma aventura, é o regresso aos fundamentos da experiência norte-americana.
O anarquismo também promete um regresso, mas é ao tempo dos Flintstones.
Joaquim Couto
https://x.com/joaquimsacouto
2 bebés conversam:
- Tu é godo
- Godo não, fote.
- Fote? Fode-te tu ó gordo de merda!
A diferença entre estado gordo e forte é de quem mama. Se é o próprio a mamar, é forte, se é outro que mama é gordo.
Portanto:
Estado Forte? Fode-te tu ò gordo de merda.
Gostei muito de o ouvir... espero que mais vezes.
Para mim tem muito a ver com outros dizeres:
1. Na vida só existe impostos e a morte.
2. É sempre necessário estabilidade social, pata desenvolver comércio e cultura.
Dado estas quase verdades absolutas, é que vive a necessidade de um estado legitimo.
Agora podemos ser socialistas e diz que necessitamos controlar tudo para ter segurança, ou o modo libertário, que necessitamos muito pouco para prosperar.
Ainda acredito que a melhor solução é uma Constituição centrada no indivíduo, não nas instituições estatais, que é o nosso contracto social de aceitação da delegação de alguns poderes limitados.