O Ministério da Verdade
Um Estado Social precisa de controlar as mentes, para que o continuem a alimentar
Foi ontem anunciada a compra da posição que faltava ao Governo para ter o controlo total da “única agência portuguesa de notícias”.
Esta compra insere-se numa estratégia de “ajuda” a grupos de comunicação social, através da compra dos seus activos tóxicos, sem viabilidade financeira, mas que continuam a ter uma presença e uma audiência.
Subordinados agora ao Estado, tendo os ordenados pagos pelo ministro, os até agora “jornalistas” da Lusa certamente deixarão de se sentir livres o suficiente para criticar ou publicar notícias que possam colocar o seu "patrão” em problemas. Como o patrão passa a ser o Estado, todos os dirigentes (boys) passam a ter que ser descritos como pessoas altamente competentes e honestas.
Todas as políticas do Governo, a partir de agora, passarão a ser infalíveis, e não passíveis de crítica. Nenhum “caso” mais obscuro será investigado. Nenhuma notícia menos lisonjeante será publicada.
O controlo sobre o que as massas pensam é a arma mais importante para a manutenção de uma tirania. Pretende-se que um regime possa aplicar as suas leis e as suas agendas, e que a populaça as siga sem reagir, ou sem reclamar muito. Para o conseguir, é fulcral que as massas acreditem que “é o mal menor”, mas que é para o seu bem.
Nada melhor do que garantir um aparelho de propaganda do Estado, que possa difundir as mensagens que o Estado pretende, que possa censurar as que não pretende, e melhor ainda, que possa violentamente criticar as vozes dissonantes.
O que estamos a assistir em Portugal é garantir, como no livro 1984 de George Orwell, que Portugal possa ter um Ministério da Verdade, ocupado com as mentiras necessárias a controlar a massa de população, para que os continue a sustentar, com os seus impostos e a sua obediência.
Um Estado, a existir, não tem qualquer razão para ter que controlar os meios de comunicação.
Um Estado, a existir, não tem que pagar os maus erros de gestão de empresas de comunicação social (ou qualquer outras).
Um Estado, a existir, tem que ser altamente escrutinado e analisado, e é esse o papel da comunicação social.
Um Estado, a existir, tem que ser totalmente limitado, pelos cidadãos, no alcance das suas competências. Comprar empresas não é certamente uma delas.
É para isto que precisamos de um Partido Libertário.