O Conselheiro Acácio, personagem icónico de "O Primo Basílio" de Eça de Queirós, é um símbolo do pedantismo e da superficialidade intelectual da sociedade lisboeta do século XIX. Eça de Queirós, com a sua mordaz ironia, criou uma figura que vive presa aos títulos e à aparência, sem qualquer real substância por detrás. Acácio é um homem que repete frases feitas, chavões morais e lugares-comuns, sempre com uma atitude de superioridade intelectual que, na verdade, revela uma profunda falta de originalidade e pensamento crítico. Ele representa uma classe social preocupada em manter as aparências, mais interessada em ser vista como erudita e respeitável do que em verdadeiramente compreender ou resolver os problemas à sua volta.
De maneira semelhante, o presidente da associação do Partido Libertário parece seguir os mesmos passos de Acácio. Embora tenha assumido a missão de formar um partido que defendesse a liberdade e o individualismo, rapidamente se deixou enredar nas armadilhas do status e da vaidade. Em vez de agir, prefere discursar longamente, rodeando-se de uma elite de "acacianos" lisboetas, todos partilhando o mesmo gosto por retórica vazia e pomposa. Tal como Acácio, o presidente vive da fachada de erudição e importância, valorizando mais o título de "presidente" do que a substância do seu trabalho. Os seus discursos estão cheios de chavões libertários, mas carecem de qualquer ação concreta. A formação do partido, que deveria ser o seu principal objetivo, fica sempre adiada, enquanto o presidente se ocupa em ser tratado com reverência pelos seus pares.
Quando chamado à atenção pela sua total inépcia para agir, o presidente, em vez de refletir e corrigir o rumo, vestiu uma capa totalitária. Tal como os regimes que, ironicamente, o libertarianismo critica, ele promoveu uma verdadeira "lei da rolha" dentro da associação, silenciando vozes dissidentes. A censura tomou o lugar do debate e da liberdade de expressão que ele próprio prometeu defender. As críticas ao seu desempenho, longe de serem vistas como oportunidades para melhorar, foram tratadas como ameaças ao seu estatuto, resultando numa campanha interna de repressão e censura que vai contra os próprios princípios que a associação deveria promover. Assim, o presidente acaba por trair os valores libertários que pretendia encarnar, revelando-se mais um novo Acácio, perdido na vacuidade e alienado da realidade.
Demita-se senhor Presidente!
Luis Dias - Associado da APL
Nem um discurso humilde e directo para acalmar, relembrando que já percebeu a crítica, que vai haver eleições, desta maneira e nestes timings... Até poderia falar de assinaturas e dos saldos do estado! Depois...
Não dá mais! Rodeado de pessoas agressivas, também não contribuintes...
É que se tivessem mil assinaturas para ter moral de trabalho, nem isso.
Agora apelam por um futuro conselho ético, e expulsão física forçada! E o árbitro nada? De facto, depende da definição de pocilga, ou mulher de César, que cada um pretende!
Tenho sido claro que é importante respeitar a história da associação, e não faz sentido haver separação... mas este pássaro também é bonito!