UM BANDO DE COLECTIVISTAS
Todos identificamos os socialistas e comunistas como colectivistas porque os seus promotores declaram abertamente a supremacia do colectivo sobre o individual.
Esta análise, contudo, necessita de ser aprofundada porque os seres humanos são entidades sociais que só se individualizam no seio do colectivo.
Não teremos todos a obrigação de proteger a sociedade em que crescemos e em que vivemos? E assegurar que é uma sociedade que nos garante a possibilidade de “buscarmos a Felicidade” (pursuit of Happiness). É evidente, pelo menos para mim, que temos essa obrigação.
Uma “boa sociedade” é um activo, afirmou Ayn Rand, e uma “má sociedade” é um ónus, que chega a ameaçar a própria vida. O libertarianismo almeja a vida numa boa sociedade, onde todos possam prosperar segundo as suas possibilidades.
Há um elemento de colectivismo em todas as ideologias políticas. O que distingue os movimentos libertários dos restantes é que os libertários apenas pretendem assegurar que a sociedade garanta os direitos cívicos, no pressuposto de que esse enquadramento é o melhor para o colectivo.
Os colectivistas, pelo contrário, sobrepõem o alegado interesse colectivo – o Bem Comum – aos direitos individuais. Essa postura coloca no mesmo saco comunistas e socialistas, mas também nazis e fascistas. É a fronteira entre o colectivismo e o individualismo libertário.
Ayn Rand considerava também o anarquismo como uma forma de colectivismo, por pugnar pela aniquilação do Estado. Sem uma autoridade central que garanta os direitos individuais, “anything goes”. O que emerge são sociedades discricionárias, onde a vida é uma bagatela e ninguém tem direito à propriedade privada.
Podemos chegar a esta conclusão por via antropológica, estudando sociedades primitivas como os aztecas com o seu Moctezuma, ou as chamadas “no-go zones” da Europa com os seu códigos medievais. O colectivo sobrepõe-se pela força ao individualismo.
Joaquim Couto
https://x.com/joaquimsacouto
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