A propósito dos incêndios lá vem a velha conversa da preservação da floresta.
Para distrair os citadinos, falam do eucalipto como o mal de todos os males. Como os citadinos não têm propriedades florestais não percebem que o problema dos incêndios está relacionado com a rentabilidade que se pode tirar delas.
Mas eis que senão quando, vem a mão visível do Estado, defender que não é possível tirar rendimento porque temos que defender as espécies autóctones em vez de plantar as florestas com espécies rentáveis. Curioso que esta nossa floresta tem menos de 100 anos, a maioria dos cumes dos montes deste país não passavam de montes de rochas. Mas continuando.
Vamos lá então ser coerentes e defender a biodiversidade autóctone.
Se acabamos com o eucalipto nas florestas, vamos acabar com as espécies invasoras na fruta, acabamos com o kiwi, a banana, os mirtilos,... Vamos acabar com os vinhos Pinot Noir ou o Sauvignon. Ou acabar com as tulipas e outras flores, Vamos acabar com os cereais e as nossas broas de milho
Se acabamos com o eucalipto, vamos deportar todos os animais que não pertencem ao nosso território. Vamos acabar com o Angus, ou Charolesa nos bovinos e por exemplo nos animais domésticos, acabamos com os Huskie, os Terrier ou os Siameses.
Mas então se a defesa do nosso território deve ser assim tão importante, defendamos então tudo o resto, pelo que pergunto, não deveremos também defender os naturais em relação aos que vêm de fora?
Não, somente devemos defender a propriedade e no que o seu dono melhor proveito poderá ter para a defender.
Os emigrantes são necessários se estes forem rentáveis e não um custo, as espécies animais de outros continentes são necessárias se estas forem rentáveis e não um custo, os cereais, as frutas e flores são necessárias se forem rentáveis e não um custo. As árvores e arbustos das florestas, mesmo as que vêm da Austrália, são necessárias se forem rentáveis e não um custo
E quem melhor sabe dessa decisão, os burocratas ou aqueles que tendo a propriedade definem como tirar partido dela?
Sim, o mal está na mão visível do Estado e o seu braço armado são os burocratas e os citadinos que vivem na incoerência.
António Xavier
No X: @CantodoKant